segunda-feira, 2 de março de 2009

Vida de ladrão

Hoje em dia está cada vez mais comum ser vítima de um roubo, furto ou acidente. Na verdade, até nos assustamos quando passamos pouco mais de um mês sem notícias de que algum vizinho ou parente foi assaltado... Os ladrões não são mais aqueles meliantes tidos como marginalizados pela sociedade. Pensando bem já fazem parte do nosso cotidiano.
Sei do caso de um amigo meu, Felipe Newton, que, depois de uito juntar dinheiro no seu cofrinho, foi comprar um boné que estava na moda – não vou falar a marca, este livro não é patrocinado! -. Entrou na loja todo descolado, fez o coitado do vendedor pôr abaixo todo o estoque de acessórios para a cabeça, muito embora já soubesse qual item queria. Comprou. Saiu da loja todo feliz, de boné novo, e – oba! – ainda tinha sobrado uma graninha pra bater perna no shopping. Quando dobra a esquina depara-se com um cara:
- Passa o boné, o celular (o pobre nem celular tinha!) e o dinheiro também! Felipe, que tem amor à vidinha dele, entregou o exigido sem hesitar. Após isso, o ladrão abriu um sorriso cordial, cumprimentou-o com um usual aperto de mão tipicamente jovem e falou:
- Valeu irmão! Qualquer dia eu te assalto de novo!
Então, pelo rumo que as coisas estão tomando, daqui uns dias estaremos até preparando lanchinho para a “viagem” pros caras! Já imagino a cena:
Uma dupla de ladrões invade uma casa durante a noite – se bem que o mundo anda tão desnorteado que está se tornando comum até assaltos durante o dia -, só há um jovem casal em casa. Enquanto o marido, muito gentil por sinal, vai abrir o cofre na biblioteca (por que eles sempre colocam na biblioteca? E atrás de um quadro, ainda por cima!), comenta:
- O senhor por acaso, seu ladrão, sem ofensas, viu aquela pouca vergonha da CPMF?
- Vi sim, doutor. P... que pariu! E eles ainda têm a cara-de-pau de dizer que o dinheiro é pra investir na saúde!
- Concordo plenamente. O Brasil já tem impostos demais!
- É por isso que gosto do meu trabalho! Não tem essa de pagar taxa pro governo. Aquele bando de ladrões! Se o senhor quiser arranjo uma sociedade pro doutor também. Diz o ladrão com um olhar cúmplice.
Enquanto isso na cozinha, o sócio já está sem jeito com a dona da casa, que está preparando petit gateau.
- Dona, eu fico muito agradecido, mas não precisa se incomodar. Fala o ladrão encabulado. “Coisa chata, ela é tão legal e eu roubando ela!”
- Não é incômodo nenhum, meu querido. Como é mesmo o seu nome?
- Posso dizer não, dona, desculpa, mas é da profissão...
- Oh, sim! Desculpa, peço eu. Como sou tonta! Mas como eu ia dizendo, adoro cozinhar...
Nisso entra o sócio com o dono da casa.
- Vocês nos dão licença que nós já estamos indo. Despede-se ele.
- Seus safados, insolentes, sem coração! Só saem depois de comer o petit gateau com sorvete de creme! Os ladrões se entreolham. Melhor comer pra não irritar tão gentil “anfitriã”, vai que ela resolve se vingar, matando-os com um rolo de macarrão!
Nem mastigam direito, mas acham o tal do “petí gatô” muito gostoso.
Os donos da casa vão deixar os “convidados” até a porta. A esposa ainda convida:
- Meninos, apareçam de novo, aí faço um filé ao molho madeira.
- Claro, pode deixar. E desculpa pelas jóias e pelo dinheiro. Diz meio sem jeito o cabeça da “organização”.
- Não. O que é isso? Da próxima vez eu faço um cheque, pra vocês não terem que carregarem coisas. Isso acaba com a coluna. E além do mais, eu sei o quanto é difícil o trabalho de vocês. Fala compreensivo o marido.
- Tchau, vocês. Na quarta a gente vem comer o rango!

2 comentários:

  1. Nossa Michele.Que Poesias. Nao gostei muito, mas é muito realista

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  2. ok...

    realmente fico gr4ata....

    mas pelo visto naum atingi meu objetivo...

    essa era uma crônica....

    as poesias sao falta do que fazer....

    eh soh em homenagem à rafinha... naum tenho pretenções mesmo... obrigada pela sinceridade... isso é importante pra mim....

    valeu!

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